sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Balzac e a costureirinha chinesa

Balzac et la Petite Tailleuse chinoise
Dai Sijie (2000)
Folio (229 pág.)

Outro representante da síndrome do "final apressado".
O começo é simplesmente ótimo.  O motivo excelente, mas derrapa no final.
Pena.

Na China comunista os livros foram queimados.  Aliás, em todos os momentos em que o conhecimento fica restrito nas mãos de poucos, o poder normalmente é tomado pelos que não o têm e livros são queimados.

Mas, continuando, dois jovens são enviados ao interior, para serem reeducados, para "aprenderem" com os camponeses, verdadeiros representantes do "povo", como se portar corretamente.  Eles ficam alojados em uma construção precária, tendo que fazer trabalhos pesados, com os quais não estavam acostumados.
Um dia, eles descobrem que um outro jovem guardava uma mala cheia de livros proibidos, ocidentais.  Depois de algumas peripécias, eles se apoderam do "tesouro" e cada nova obra lida representa momentos de descoberta e alegria.
Eles conhecem uma bela jovem, filha de um alfaiate, que o ajuda na costura. A costureirinha do título, que não sabe ler, e a quem eles contam as histórias.
A conseqüência é a tranformação que se opera em seu modo de ver a vida.

Não é fantástico?  Uma verdadeira declaração de amor aos livros e à sutileza.
Só que o autor não mantém o mesmo padrão de qualidade. E não me refiro à história, já que o desenrolar dos fatos mantém a coerência com o início, mas à forma de escrever, que se torna apressada e perde muito da qualidade.  Mas, ainda assim, vale a pena.

O filme foi dirigido pelo próprio autor o que fez com que seja fiel ao original, é claro.
A fotografia é muito bonita, cenários, atores, tudo perfeito.

Veja também, você não tem nada a perder.

[terminei em 23/10/2006]

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