À Noite Sonhamos

À Noite Sonhamos 
(A Song to Remember)
Direção de Charles Vidor (1945)

Filme sobre a vida de Frédéric Chopin.

Chopin é o grande compositor para piano, o que melhor explorou as suas opções, além de ter produzido peças lindíssimas.

Quando criança, estudei piano durante muitos anos.  Eu tinha um gato (grande e saudoso amigo) que adorava música (deitava na frente das caixas de som para ouvir melhor...). Assim que eu começava a estudar, ele subia no piano, pelo cantinho para não atrapalhar e ficava lá deitado.
Se tocasse alguma coisa que ele não gostava, ele saía ou, se realmente não gostasse da música, passava por cima das minhas mãos até que eu parasse de tocar.
Mas com Chopin, ele suspirava.  Era uma graça.

Voltando ao filme.

O ator que interpreta Chopin (Cornel Wilde), embora não se pareça fisicamente com o compositor (foto de Chopin, ao lado), tem uma característica impressionante: ele toca piano. E toca bem!
Não é ele que interpreta as músicas gravadas para o filme, mas são as mãos dele que aparecem na tela, dá para ver porque as tomadas incluem mãos e corpo e ele é muito ágil e, portanto, convincente.

O pianista, excelente por sinal, foi José Iturbi.  Parece que a Columbia convidara antes Artur Rubinstein e Vladimir Horowitz que não aceitaram.

A atriz que faz George Sand (Merle Oberon) é bonita demais para a personagem, mas está bem. 

O figurino e a caracterização, muito bem feitos, se inspiraram em quadros e fotografias da época.

Um destaque especial para o ator que interpreta o professor de música, Paul Muni, realmente imperdível.
A produção teve 6 indicações para o Oscar.

Embora o filme tenha exagerado um pouco o domínio de George Sand e do professor sobre o compositor, como se ele fosse uma peteca, oscilando entre a influência de cada um, vale a pena vê-lo.

[assisti em dezembro/2010]