domingo, 24 de julho de 2011

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Édmond Rostand (1897)
ebook (191 pág.)

Peça de Teatro.

Mosqueteiro hábil com a palavra e com a espada, arruma inimigos com a primeira e deles se vinga com a segunda.






A peça começa com uma grande exibição de seus talentos, em um teatro onde se encontrava a sua linda prima, Roxane, por quem é apaixonado sem jamais ter tido coragem de se revelar, por se achar muito feio, dono de um nariz enorme.

No dia seguinte, recebe um recado dela, marcando um encontro.
Cheio de esperanças, escreve uma carta que pretende entregar a ela durante a conversa, onde exibe todos os seus sentimentos.


Só que, antes que ele possa entregar a carta, ela começa a falar.

E conta que, na véspera, viu um belo jovem no teatro, por quem se apaixonou.

E, sabendo que ele é cadete na companhia de Cyrano, pede para que este o proteja, já que era hábito submeter os novos recrutas a provas de força e coragem (hábito que se mantém até hoje, com o nome de trote).
Pede, ainda, que lhe diga para escrever a ela.

Encontrando com o jovem, Christian, fica sabendo que este também está apaixonado por ela, mas não possui qualquer habilidade com as palavras.  Cyrano, então, dá a ele a carta que tinha preparada em seu bolso.

Não conto mais para não estragar a história para quem não a conhece ainda.

O Cyrano real, que inspirou o personagem



É uma obra incrível, escrita integralmente na forma rimada, criando uma história fictícia sobre um personagem real, que viveu entre 1619-1655, na cidade francesa de Bergerac.







Duas cenas ficaram antológicas e vêm sendo repetidas à exaustão:

a das variadas descrições sobre o nariz, muito engraçada;


e a do balcão em que, à semelhança de Julieta,  Roxane tem a seus pés, não um, mas dois apaixonados, um belo e o outro sensível, o primeiro que aparece e o segundo que fala em seu lugar, como um ventríloquo.

Édmond Rostand, tendo caracterizado Cyrano como um exímio espadachim, homenageia três outros famosos personagens da literatura: Scaramouche, que é citado durante o duelo, D'Artagnan que, mosqueteiro como Cyrano, aparece para o cumprimentar, ao fim do embate e Dom Quixote, a quem Cyrano é comparado, por se bater contra tudo e contra todos.


A peça foi transformada em filme várias vezes, sendo a minha versão favorita a de 1990, com Gerard Depardieu, que ficou perfeito no papel título.

Eu já conhecia a história, mas mesmo assim, tive muito prazer na leitura que, inclusive, ficou complicada em determinado ponto pelas lágrimas que me atrapalharam a visão...


Para que vocês tenham um gostinho,  separei um pequeno trecho (que eu traduzi, livremente), no qual Cyrano define um beijo e que eu achei lindo:

Um beijo, afinal de contas, o que é?
Um juramento feito mais de perto,
uma promessa mais precisa,
uma confissão que se quer confirmar,
um ponto rosa que se põe sobre o "i" do verbo amar (em Francês tem i: aimer).
É um segredo que toma a boca por orelha,
um instante de infinito que faz um som de abelha
uma comunicação tendo um gosto de flor,
uma forma de se aspirar um pouco o coração,
 e de se provar, no toque dos lábios, a alma!


Recomendado, claro.

[terminei em 13/07/2011]

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