sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Casa de Bonecas

Casa de Bonecas
Henrik Ibsen (1879)
Veredas (103 pág.)

Teatro.

Nora, mulher muito bonita e alegre, casada com um advogado, Helmer, se prepara para uma festa a fantasias onde irá se apresentar dançando enquanto seu marido tocará uma tarantela.  Durante os preparativos, recebe a visita de uma antiga amiga, de um funcionário do banco onde o marido trabalha e de um médico.

Eu gosto de ler livros sem saber nada sobre a história. Acho que, assim, a gente aproveita todas as emoções, os risos, as lágrimas e os sobressaltos que o autor preparou para nós.

Conseqüentemente, eu me esforço para não contar nada das histórias aqui, respeitando o direito dos meus visitantes de apreciar o livro da mesma forma que eu, o que torna desesperador o meu trabalho de falar sobre os livros que li.

É o caso deste. É quase impossível falar qualquer coisa sem revelar muito.

A questão principal, que só menciono porque é  amplamente divulgada, é que Ibsen trata da forma que as mulheres são vistas pelos homens, como bonecas, motivo do nome da peça.

E isso é que faz da peça algo realmente impressionante:  foi um homem que a escreveu, e esse homem foi capaz de se colocar no lugar de uma mulher e sentir como ela.

Parece que Ibsen teria se inspirado em um caso real, vivido por Laura Kieler, modificando o desfecho da trama na peça.

Parabenizado por algumas mulheres, o autor teria dito:
(...) Eu sou mais poeta do que filósofo e declino da honra de ter lutado conscientemente pela causa feminista. Eu não consigo sequer ver o que seja a causa feminista. Para mim, há somente uma causa, a da humanidade. (...)  Eu considero como um dever educar o povo pela cultura intelectual, mas, antes que se possa formar o homem, é preciso formar a criança. E cabe à mãe a tarefa de acordar no íntimo da criança o gosto pela cultura e o respeito pela disciplina moral.  As mulheres, como mães, e somente desta forma, podem e devem resolver o problema humano."  (Teoria que, anos mais tarde, seria retomada por Foucaut).

Em suma, a peça trata do respeito devido a um ser humano.

E recomendo. Bastante. Para homens e mulheres.

[terminei em 07/09/2011]

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