quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Pagamento

O Pagamento
Philip K. Dick (2004)
Record - 382 pág.

Contos de ficção científica.

Existem coincidências que levam a gente a conhecer novos autores. Eu ouvi falar desse autor várias vezes em um curto espaço de tempo, uma crítica de uma obra, um filme com o Matt Damon, outro com o Keanu Reeves, etc., até que encontrei esse volume em um sebo.
Comprei e li, porque tenho uma certa queda por ficção científica, mas os contos não corresponderam aos elogios da contra-capa. 

É um autor americano recente, morreu em 1982, e algumas de suas obras inspiraram os filmes: Blade Runner, Minority Report, O Vingador do Futuro e Os Agentes do Destino.


O Pagamento - Esse é o conto que deu nome ao livro e que, ao que parece, já virou filme.  Não me animei a pegá-lo.  Um homem encerra seu contrato em uma empresa e vai ao escritório receber seu pagamento.  Lá, uma secretária lhe entrega um envelope com alguns itens estranhos: um arame, um crachá, um bilhete de ônibus... Atônito, ele questiona o pagamento e verifica que ele próprio alterou o contrato para mudar o pagamento de uma certa quantia em dólares para esses badulaques.  Qual a razão?  É o que ele sai para descobrir.

Babá - Nesse ele faz uma severa crítica à indústria tecnológica e aos métodos empregados para forçar os consumidores a comprarem sempre o último modelo.  Um homem percebe que a babá-robô de seus filhos começa a apresentar avarias.  Ele resolve vigiá-la, até que percebe que outros modelos de babás-robôs, mais novos, estão atacando os mais antigos, durante a noite.

O Mundo de Jon -Em um mundo pós-destruição por uma guerra de máquinas, viajantes no tempo devem voltar ao passado para roubar uns papéis de um cientista. Na confusão, o tal cientista morre.  Ao voltar, eles descobrem que tinham evitado a guerra e seu mundo não era mais o caos que conheciam. 

Café da manhã no crepúsculo - Esse aborda uma questão interessante, sobre como as pessoas preferem as explicações que não incomodam. Família acorda, se prepara para tomar café-da-manhã e iniciar um novo dia quando percebe que, não há mais nada do lado de fora... Só poeira e fumaça. A vizinhança toda sumiu no meio de destroços e só a casa deles está de pé.

A cidadezinha - Um homem que foi rejeitado por sua família, na escola, por sua própria mulher, é demitido da empresa onde trabalhou por anos. Chega em casa e encontra a mulher com o amante.  Sem ligar para nada, vai para o porão, onde mantém um grande circuito de trem elétrico com uma réplica da cidade que ele mesmo construiu.  Irritado, ele começa a substituir os prédios dos lugares que ele não gosta por outros. E algo acontece com a realidade.

O Pai-coisa - Esse me lembra outra história qualquer.  Um menino vê pela janela seu pai conversar com outro homem, idêntico a ele. De repente, a cópia ataca o pai e suga sua vida. Depois, leva a casca vazia até a garagem e entra na casa, como se fosse o pai.  O menino finge nada ter visto e procura ajuda de seus colegas de escola, descobrindo que são seres em forma de larva que estão crescendo como casulos em uma plantação ali perto.

A cerca de cromo - Em uma sociedade do futuro espera-se o resultado de eleições entre os "Naturalistas" e os "Puristas". Antes de saber o resultado, uma família debate o assunto na hora do jantar, o filho sendo um purista, que acha que as pessoas devem ser submetidas a cirurgias para extrair glândulas de suor e para impedir o mal-hálito, enquanto o tio defende a manutenção do natural.  Os puristas vencem e o tio foge.
O pai que até então não queria saber de nada disso é quem acaba discutindo e sendo entregue aos puristas pelo próprio filho.  Mas ele prefere se deixar eliminar pela polícia a viver daquela forma.

Autofab - Para sustentar a população durante a guerra, foram criadas fábricas subterrâneas totalmente automatizadas para extrair e produzir os alimentos e os gêneros de primeira necessidade. Só que a guerra acabou e as fábricas continuam em plena operação, esgotando todos os recursos possíveis e fornecendo produtos que as pessoas não desejam...

Os dias de Pat Prafrente -  Esse é bem chatinho. Em um momento do futuro, em uma terra desolada, pessoas vivem em abrigos e passam o tempo com jogos com uma boneca, em que simulam uma vida normal para ela.

Plantão - No futuro, quando os EUA são governados por um computador gigante, o presidente é uma figura escolhida para ficar sem fazer nada, de plantão, para o caso de ser necessária. Como há muito tempo não é, escolhem sempre o funcionário mais simplório e inútil (será que tem alguma crítica nisso?). Só que a Terra é invadida por seres espaciais que destroem o computador, e é preciso que o presidente assuma. 

Uma coisinha para nós, temponautas - Esse também é bem chatinho.  Viajantes do tempo vão ao futuro e, lá, descobrem que eles morreram ao tentarem voltar para o seu tempo normal. 

As pré-pessoas - Esse é um claro manifesto contra o aborto e contra a idéia que uma pessoa possa determinar quando outra é necessária.  No futuro, as leis permitem que qualquer família que não esteja satisfeita com seu filho possa entregá-lo para "eliminação", basta que tenha até 12 anos, porque são considerados apenas "pré-pessoas".  Esse valeu o livro.

 [terminei em 14/05/2013]

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